ATA DA CENTÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUINTA
SESSÃO LEGISLATIVA DA NONA LEGISLATURA, EM 18.09.1987.
Aos dezoito dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Centésima Quarta Sessão Ordinária da Quinta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura. Às nove horas e trinta minutos foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Auro Campani, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Getúlio Brizolla, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jorge Goularte, Jussara Cony, Kenny Braga, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Paulo Satte, Pedro Ruas, Rafael Santos, Raul Casa, Marcinho Medeiros, Wilson Santos e Eroni Carus. Constatada a existência de "quorum", o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou ao Ver. Hermes Dutra que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir, o Sr. Secretário procedeu à leitura das Atas da Centésima Terceira Sessão Ordinária e da Trigésima Sessão Solene que, juntamente com as Atas da Centésima Segunda Sessão Ordinária e da Décima Oitava Sessão Extraordinária, foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, 01 Pedido de Informações, acerca das obras iniciadas desde o começo da gestão Collares no Município e das empresas contratadas para a realização destas obras; pelo Ver. Frederico Barbosa, 16 Pedidos de Providências, solicitando vistoria dos bicos de luz da Rua Nove Irmãos, no Lami; vistoria da sinaleira da Rua Félix da Cunha, esquina com a Rua Marques do Pombal; que sejam retirados os trilhos de trem da calçada da Av. Pátria, esquina com Av. São Paulo, em frente à firma Estaca Sul; limpeza geral na Av. Taquara, próximo à Av. Protásio Alves; limpeza geral da Rua Mário Tota; que os ônibus que fazem a linha terminal da Antônio de Carvalho até a Vila IPÊ I tenham seus horários remanejados, limpeza e cercamento do terreno baldio ao lado do nº 3216, da Av. Wenceslau Escobar; aterro no Beco Dois da Vila Júlia, Belém Novo; canalização do Arroio Cascata entre a Rua Dr. Álvaro Sérgio Masera e Rua Coronel Neves, reparos no calçamento da Av. Emílio Lúcio Esteves; limpeza de um valo em frente à Rua Sotero dos Reis nº 820; calçamento da Rua Jundiaí; retorno das lotações no Bairro Menino Deus; sinalização com divisão de faixas na área junto à Praça Cruz Vermelha, formada pelas Ruas Padre Teschauer, Madre Ana e Av. Prof. Oscar Pereira; instalação de sinaleira para pedestres na Rua Félix da Cunha, esquina com a Av. Cristóvão Colombo; recuperação de calçamento da Rua Dr. Mário Tota; pelo Ver. Getúlio Brizolla, 02 Pedidos de Providências, solicitando instalação de abrigo para passageiros na Av. Vicente Montegia, na parada existente defronte ao nº 1981; desentupimento de bueiro localizado na esquina das Ruas São Francisco de Assis com Paulino Chaves; pelo Ver. Hermes Dutra, 01 Pedido de Providências, solicitando conserto de um bueiro na calçada, localizado na Rua Chile, em frente ao nº 864. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 51/87, do Sr. Diretor-Geral do DMAE; 504/87, da Câmara Municipal de Bento Gonçalves, RS; 519/87, da Associação Riograndense de Imprensa; 581/87, da Câmara Municipal de Santiago, RS; 1103/87, do Sr. Presidente da Sogipa; Cartas da Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul, Associação Comercial de Porto Alegre; da Federação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio Grande do Sul; do Dep. Athos Rodrigues, Líder do PFL na Assembléia Legislativa do Estado; Cartões da Casa Civil do Governo do Estado do Rio Grande do Sul; da Comercial Sbardelott de Carros Ltda., Sbardecar, Canoas, RS; da Companhia Rio-Grandense de Artes Gráficas, Corag; do Sr. Presidente do Hospital de Clínicas de Porto Alegre; do Sr. Diretor-Presidente do Montepio Montab; da Policlínica Central de Porto Alegre; do Sr. Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; da Procuradoria-Geral do Estado do Rio Grande do Sul; da Rede Ferroviária Federal S.A.; do Sr. Secretário do Trabalho, Ação Social e Comunitária, RS; Aerograma do Deputado Federal Victor Faccioni; Telegramas de Antônio Soares de Moura, Chefe da Polícia Civil; de Jayme Sirotsky, Presidente da RBS; de Marcos Dvoskin, Diretor Superintendente da RBS; de Nelson Sirotsky, Vice-Presidente da RBS; de Rosa Maria Crescente Comerlatto, Diretora Administrativa da TVE, Televisão Educativa; do Sr. Secretário de Estado da Saúde e Meio Ambiente. Às nove horas e quarenta e dois minutos, o Sr. Presidente suspendeu os trabalhos nos termos do art. 84, III do Regimento Interno. Às dez horas e oito minutos, constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou reabertos os trabalhos e iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação esteve o Requerimento nº 79/87 que, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Wilson Santos e Flávio Coulon foi retirado, nos termos do art. 146 do Regimento Interno a Requerimento, aprovado, do Ver. Flávio Coulon. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 36/87, com Emenda, após ter sido discutido pelos Vereadores Hermes Dutra, Wilson Santos e Rafael Santos e encaminhado à votação pelos Vereadores Jorge Goularte, Marcinho Medeiros, Aranha Filho, Kenny Braga e Antonio Hohlfeldt. Em Discussão Geral e Votação foram aprovados o Projeto de Lei do Legislativo nº 45/87; Projetos de Resolução nºs 16/87; 17/87, encaminhado à votação pelos Vereadores Hermes Dutra e Lauro Hagemann; 18/87. Ainda, foram aprovados os seguintes Requerimentos: do Ver. Artur Zanella, solicitando que, em vista de denúncias de fraudes no censo dos transportes coletivos em Porto Alegre, sejam convidados o Secretário Municipal dos Transportes, o Diretor-Presidente da Carris Porto-Alegrense, líderes sindicais e demais interessados a deporem no Plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre sobre o assunto; do Ver. Aranha Filho, de Votos de Congratulações com o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, por receber o “Galardão das Cinco Estrelas”, Melhor dos Hospitais da Rede de Ensino no País; com a Rede Bandeirantes, pela passagem de seu aniversário de fundação; de Votos de Pesar pelos falecimentos de Hildebrando Toson; Balduíno Pandolfo; Victor Ely Frankenberg; Carmem Veronese da Silva; do Ver. Artur Zanella, de Voto de Pesar pelo falecimento de Carlos Humberto Amodeo. Ainda, foram aprovados os seguintes Requerimentos, solicitando dispensas de distribuições em avulsos e interstícios para suas Redações Finais, considerando-as aprovadas nesta data: do Ver. Hermes Dutra, em relação aos Projetos de Lei do Legislativo nºs 45; 36/87; do Ver. Kenny Braga, em relação ao Projeto de Resolução nº 16/87; do Ver. Lauro Hagemann, em relação ao Projeto de Resolução nº 17/87; do Ver. Cleom Guatimozim, em relação ao Projeto de Resolução nº 19/87. Ainda, o Sr. Presidente deferiu Requerimentos do Ver. Ennio Terra, solicitando que os Projetos de Lei do Legislativo nºs 79; 68/87 sejam retirados, nos termos do art. 146 do Regimento Interno. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão, Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 04/87, discutido pelo Ver. Antonio Hohlfeldt; Projeto de Resolução nºs 25/87; em 2ª Sessão, Projeto de Lei do Legislativo nº 81/87; Projeto de Resolução nº 33/87; em 3ª Sessão, Projetos de Lei do Legislativo nº 80; 74; 77; 73; 75; 76/87; Projetos de Resolução nºs 30; 28; 27; 26; 29/87; Projetos de Lei do Executivo nºs 50; 51/87; Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 63/87; Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/87; em 4ª Sessão, Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 64/87; Projeto de Resolução nº 24/87. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Artur Zanella disse que a data do feriado relativo a Festa Nossa Senhora dos Navegantes não será modificada, apesar de lei federal que transfere para segundas-feiras todos os feriados brasileiros. Teceu comentários acerca do censo dos transportes coletivos em Porto Alegre, declarando que ele não atende as exigências da legislação vigente sobre o assunto. Discorreu sobre a reportagem veiculada, hoje, no Jornal Zero Hora, intitulada “Ilha das Flores - Esgoto pode acabar com a reserva ecológica”, estranhando entrevista concedida a respeito pelo Sr. Antenor Ferrari, Secretário Estadual de Saúde, em que S. Sa. declara que o ex-Governador Jair Soares teria desapropriado uma área de preservação ecológica, esclarecendo que o que ocorreu foi uma desafetação e que o contrato para obras no local foi assinado pelo Gov. Pedro Simon. O Ver. Jorge Goularte discorreu sobre incidente ocorrido em reunião com o Gabinete do Pref. Alceu Collares e moradores da Vila dos Sargentos quando, ao chegar lá, encontrou o Chefe do Gabinete falando aos moradores que ali estavam que o assunto poderia ser tratado com o Sr. Cláudio Dubina e dispensada a assistência de S. Exa. Criticou a política dos Secretários Municipais e do PDT, dizendo ser a mesma ligada a interesses pessoais e não corresponder às necessidades básicas dos porto-alegrenses. Comentou expediente recebido do Ver. Valdir Fraga, acerca de pedido da Associação dos Veteranos de Bocha, de cobertura da cancha daquela entidade. O Ver. Antonio Hohlfeldt disse ter recebido visita do Presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Ônibus do Transporte Coletivo do Rio Grande do Sul, que veio denunciar os métodos utilizados pelos empresários do transporte de Porto Alegre a fim de fraudarem o censo de passageiros que vem sendo realizado no setor, destacando estarem os cobradores da Empresa Estoril sendo forçados a não entregar o ticket relativo ao censo. Solicitou medidas urgentes da Secretaria Municipal dos Transportes quanto ao assunto. O Ver. Lauro Hagemann comentou declarações feitas à imprensa pelo Gen. João Batista Figueiredo de que as Forças Armadas intervirão no processo governamental do País caso assim o considerarem necessário. Atentou para os perigos desta declaração, dizendo não ser este o desejo da Nação Brasileira e lamentando o trabalho que vem sendo desenvolvido, neste sentido, pelo Gen. João Batista Figueiredo. Discorrendo sobre o censo dos transportes coletivos em Porto Alegre, solicitou providências da Casa a respeito, tendo em vista que o mesmo deverá ser anulado por causa das irregularidades que apresenta. O Ver. Pedro Ruas reportou-se às denúncias feitas, hoje, pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, acerca de irregularidades no censo dos transportes coletivos em Porto Alegre, dizendo que sua Bancada solicitará esclarecimentos da Secretaria Municipal dos Transportes quanto às mesmas. Falou sobre o Projeto de Lei de sua autoria, em tramitação pela Casa, que isenta o usuário do pagamento da passagem de ônibus caso o cobrador não possua o troco devido. Registrou o transcurso, amanhã, do aniversário do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, salientando os altos serviços prestados por esta instituição para a cultura do Rio Grande do Sul. O Ver. Rafael Santos teceu comentários sobre as denúncias que foram feitas de irregularidades no censo dos transportes coletivos do Município, dizendo que ocorreu fraudes por ser o censo realizado pelos empresários do setor que são os que maior interesse possuem em resultados que demonstrem um número menor de passageiros. Lamentou que todos os dados utilizados para o cálculo tarifário se encontrem nas mãos das empresas, destacando que este censo deveria ser realizado pelo Executivo Municipal ou por empresa contratada pelo mesmo. O Ver. Flávio Coulon criticou declarações feitas pelo Gen. João Batista Figueiredo, à imprensa local, acerca da situação política brasileira. Comentou posicionamentos assumidos, junto à imprensa, pelo Sr. Leonel Brizola, contrários a divisões internas no PDT, atentando para as conseqüências que os mesmos trarão ao Movimento Unitário Socialista daquele Partido. Discorreu sobre o censo dos transportes coletivos em Porto Alegre, destacando a pouca credibilidade que ele possui, em face das constantes denúncias de irregularidades que estão sendo observadas e analisando os reflexos do mesmo para a permanência ou não do Ver. Eloi Guimarães à frente da Secretaria Municipal dos Transportes. A seguir, por solicitação do Ver. Getúlio Brizolla, foi efetuada nova verificação de “quorum”. Constatada a inexistência de “quorum”, o Sr. Presidente levantou os trabalhos às doze horas e trinta e oito minutos, convocando os Senhores Vereadores para Reunião Conjunta de Comissões a ser realizada na próxima segunda-feira, e para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha e Gladis Mantelli e secretariados pelos Vereadores Gladis Mantelli e Frederico Barbosa. Do que eu, Gladis Mantelli, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.
O SR. PRESIDENTE: Os trabalhos estão suspensos nos termos do art. 84, III, do Regimento
Interno.
(Suspendem-se os trabalhos
às 9h42min.)
O SR. PRESIDENTE (às 10h08min): Estão reabertos os trabalhos. Solicito à Sra.
Secretária que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para verificação
de “quorum”.
(A Sra. 1ª Secretária
procede a chamada.)
A SRA. 1ª SECRETÁRIA: Há “quorum”, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Passamos, então, à
ORDEM DO DIA
VOTAÇÃO
PROC. 1409 -
REQUERIMENTO Nº 079/87, do Ver. Flávio Coulon, que requer a inserção, nos Anais da Casa, do
Editorial do jornal Zero Hora, intitulado “A consciência contra a corrupção”.
Pareceres:
- da CJR.
Relator, Ver. Caio Lustosa: pela aprovação;
- da CFO.
Relator, Ver. Jorge Goularte: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em votação. Para encaminhar, está com a palavra o Ver. Wilson Santos.
O SR. WILSON SANTOS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o autor da
presente matéria em discussão, acredito que tenha sido feliz em pretender
inserir nos Anais da Casa a matéria intitulada “Consciência Contra a
Corrupção”, publicada no jornal Zero Hora. Processo 1409.
Inscrevo-me para discutir,
porque a mim me preocupa um dos aspectos importantes dessa matéria, que é a
impunidade; porque roubar, praticar estelionato, praticar um crime é fruto até
da falha do ser humano. Entretanto, no momento em que um prato da balança desce
e o outro sobe, há desequilíbrio. Eu cito um exemplo até singular: nós
realizamos, na quarta-feira próxima passada, um jantar beneficente, no salão
paroquial da Igreja São José, para cobrir os gastos de uma cirurgia de um chefe
de família lá na Vila Elizabete, que recebeu três tiros no abdômen, numa
discussão com um vizinho. Além desses três tiros no abdômen, um no rosto e um
no braço. Ele teve um revólver descarregado sobre ele e como esse cidadão
estava praticamente desenganado no Pronto Socorro, com os intestinos numa bolsa
plástica, numa situação miserável, nós fizemos esse jantar para custear essa
cirurgia. Até aqui estou fazendo este registro, mas agora vem o pior: faz 30
dias que isto aconteceu, com testemunhas, quando se poderia, tranqüilamente,
caracterizar o flagrante, e o autor dessa barbaridade está solto. Podemos
analisar a falha do homem que, num momento de emoção, deu os tiros, mas, para
isso, nós teríamos que ter uma legislação praticada, teríamos que ter um Poder
Judiciário mais atuante e reformulado. E eu subi a esta tribuna para registrar,
em termos dessa corrupção e da impunidade, um fator que acho de extrema
importância, que é se dar, urgentemente, autonomia ao Ministério Público. O
Ministério Público não pode mais estar atrelado ao Executivo. O Ministério
Público, através dos seus Promotores de Justiça, representa a própria defesa da
sociedade, porque são eles que oferecem a denúncia e, através dessa denúncia,
estão na defesa da nossa sociedade, pois essa falta de autonomia administrativa
e até financeira faz com que a origem do próprio processo judiciário já peque.
O Ver. Flávio Coulon fez um Requerimento, nº 79, Processo 1409, pedindo a
inserção, nos Anais da Casa, desta matéria: “A consciência contra a
corrupção”...
O Sr. Aranha Filho: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Eu concordo em gênero, grau e número quanto ao mérito da questão, mas o que me
preocupa é a solicitação do Ver. Flávio Coulon em pedir inserção nos Anais, e
isto é uma prática desta Casa desde 1982, quando nós fizemos uma avaliação do
custo da linha impressa nos Anais, que é extremamente elevado. O simples fato
de chamar a atenção de determinados artigos aqui da tribuna ou levantados por
esta Casa, já dá o devido esclarecimento e devida notoriedade ao que foi
escrito. O que me preocupa não é o mérito, o mérito da questão eu acho justo,
V. Exa. defende com toda a razão, mas o aspecto de inserir nos Anais da Casa é
que me preocupa sobremaneira, pelos gastos que acarreta. Eu já irei fazer um
Requerimento, imediatamente, no sentido de atualizar estes custos, quanto custa
o centímetro das inserções nos Anais da Casa hoje. Que me lembre, desde 83 que
matérias não são inseridas.
O SR. WILSON SANTOS: Eu acolho o aparte de V. Exa. e digo que, justamente
na discussão em Plenário no momento de votação dessas matérias é que o Vereador
tem condições de formar a sua opinião para votar. Eu, quando ascendi a esta
tribuna, eu não tinha posição de como ainda votaria em termos da inserção. V.
Exa. me dá dados que me permitirão amadurecer a minha opinião, o meu voto.
Entretanto, o que eu vim abordar é, efetivamente, o mérito, porque eu até diria
que me tenho voltado às lições do Evangelho, qualquer Evangelho que nós
dividíssemos, nós poderíamos dividi-lo em 5 partes: os atos normais da vida de
Cristo, as predições, os milagres, as palavras que a Igreja tomou para os seus
dogmas e, o 5º, o ensino moral. Nós poderíamos discutir, estabelecer
controvérsias nos quatro primeiros itens, porém no 5º item, o ensino moral, eu
não vi ninguém gerar controvérsia ou contestar. O ensino moral de Cristo é onde
nós vamos encontrar realmente o conceito de moral e o conceito de verdade,
porque hoje se fala que existe moral em determinado lugar, que a moral é
diferente em outros, que são nuanças de moral, que existe meia verdade, que
existe terceira verdade, mas quem olhar a lição, o maior patrimônio, que é o
ensino moral de Cristo, ali nós vamos encontrar a verdadeira moral e a
verdadeira verdade. E a nossa consciência nos mostra quando nós estamos ferindo
a verdade e quando estamos ferindo a moral nesta passagem do Evangelho. E a
corrupção e a impunidade é o apodrecimento dos valores morais da nossa
sociedade. Nós temos que combater, inflexivelmente, ardorosamente, nós devemos
combater a corrupção. E devemos clamar, diuturnamente, para que haja punição,
porque a impunidade que campeia no Brasil e que gera a descrença, que gera o
desencanto, tranca o progresso, porque um povo desiludido, um povo desesperançado,
este povo não trabalha, e uma maneira de reacender o crédito, o ânimo, o
entusiasmo do povo, é os governos e as instituições gerar credibilidade para o
povo e através da punição e do combate à corrupção nós vamos retomar os bons
caminhos da moralidade.
Por isso, quanto ao mérito,
eu parabenizo a iniciativa do Ver. Flávio Coulon, e se eu votar contra a
inserção, não será contra o mérito, mas talvez pelo estudo que faz o Ver.
Aranha Filho, dos custos que teria a Câmara para inserir nos Anais uma matéria tão
importante. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Flávio Coulon.
O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho sido
sensível nos pedidos de inserção nos Anais de matérias publicadas em jornais e
quando elas chegam em votação, tenho sistematicamente retirado para evitar o
problema sempre levantado da falta de fundos. A partir da constatação de falta
fundos, também tenho me limitado a não mais apresentar pedidos de inserção; mas
o meu pedido é devido à atualidade do tema a que se refere esse edital, que
continua atual, e os jornais dessa semana, ao publicarem as denúncias de
recebimento de comissão para liberação de verbas no Governo Federal, ainda
tornam mais atual essa denúncia do jornal Zero Hora. Para evitar, então, que
esse artigo que marca um momento histórico da nossa Nação, onde a imprensa
coloca a sua preocupação de uma maneira contundente, venho a esta tribuna para
ler este editorial que, desta maneira, se incorporará aos Anais, evitando e posteriormente
retirando o projeto de votação. Diz o editorial “A consciência contra a
corrupção”. (Lê.)
“Se a imprensa deste país
pode ter alguns motivos de orgulho, certamente o maior deles decorre do
trabalho realizado na denúncia de procedimentos ilícitos, de fraudes e
favorecimentos em prejuízo do erário público, de negocistas realizadas à sombra
do poder, de privilégios pessoais hauridos através da máquina administrativa e
dos orçamentos. Tão logo se afrouxaram as pinças da censura, os meios de comunicação
se puseram a campo e trouxeram ao conhecimento do povo irregularidades sem
conta, que de outra forma dificilmente seriam descobertas e ventiladas. E dia e
dia a tarefa continua sendo cumprida com pertinácia.
Nem mesmo as casas
legislativas, que seriam o fórum mais propício ao aparecimento de tais
denúncias, se mostraram tão férteis e eficazes em gerar uma consciência
nacional contra a corrupção. Mesmo porque, muitas delas, viciadas sob o clima
de clandestinidade e dissimulação do período autoritário, também resvalaram
para o regime do empreguismo desenfreado, dos gastos perdulários e dos
favorecimentos ilegítimos.
De um modo geral, os meios
de comunicação cumpriram seu dever de informar. E tantos escândalos divulgavam,
ante os olhos e ouvidos espantados da Nação brasileira, que esta, em seus
segmentos mais sadios e mais lúcidos, tem hoje a clara consciência de se
encontrar afundada na corrupção. E como, de outra parte, a resposta oferecida
pela repressão penal administrativa e legislativa, que se fazia indispensável,
não foi a que as circunstâncias e os fatos reclamavam e muito menos a que a
Nação esperava, o estarrecimento cresce, gerando uma crescente indignação
contra a impunidade dos corruptos e a tolerância daqueles que os deveriam
perseguir.
Um retrato perfeito dessa
indignação popular, que se comunica aos intelectuais, aos pensadores e aos
religiosos mais coerentes, foi a manifestação veemente do Cardeal Vicente
Scherer em seu último programa da ‘Voz do Pastor’. O pronunciamento do
respeitado Cardeal rio-grandense obteve repercussão nacional.
O Cardeal evocou o Padre Antônio Vieira em seu famoso Sermão do
Bom Ladrão, para dizer que ‘o verbo furtar se conjuga em todos os tempos e
modos’. Denunciando um ambiente generalizado de desagregação moral, que atinge
todas as classes e camadas da sociedade, mesmo as mais altas, frisou que
‘inclusive nas altas esferas da sociedade’ existiria ‘um clima intolerável de
fraudes, roubos, desfalques e atentados ao erário público e à propriedade
alheia’. Reclamando dos dirigentes nacionais uma definição clara dos rumos da
política econômica, o Cardeal acentuou, todavia, que para superar as
dificuldades seria indispensável uma mudança de postura moral, no sentido do
senso de responsabilidade, da devoção ao trabalho e do espírito de abnegação. E
até lembrou a advertência de Churchill aos ingleses durante a II Guerra
Mundial: ‘Não venceremos sem sangue, suor e lágrimas’.
Ainda que as preocupações
básicas do Cardeal Scherer sejam de índole religiosa, as advertências traduzem
as angústias e ansiedades dos patriotas e dos homens de bem, alarmados diante
dos rumos que vai tomando a sociedade brasileira. Alguns dirão, talvez, que a
corrupção sempre existia sob uma forma ou outra, sendo agora, apenas, mais
divulgada e denunciada graças à ação dos meios de comunicação. Mas parece
inquestionável que a febre de criminalidade vulgar que começa nas ruas dos
subúrbios mal-iluminados e termina nas altas esferas, atingindo a altíssimos
patamares, tem seu perfeito correspondente na delinqüência sofisticada e ainda
maltipificada dos ‘colarinhos brancos’, dos privilegiados pelas empreitadas
oficiais, dos maquiavélicos especuladores de todas as Bolsas. Assim como
encontra uma linha do paralelismo na cupidez com que os aproveitadores avançam
sobre o erário público, sem consideração alguma pelos sacrifícios do
contribuinte ou pelas necessidades mais prementes da população em geral. As
‘pungas’ e os assaltos de todas as horas, no cotidiano das metrópoles
brasileiras, têm perfeita correlação com a falência moral das elites, com o
clima de irresponsabilidade e de apetites sem freio e sem medida, e com a
generalizada impunidade, que é decorrência de um direito positivo obsoleto e de
um sistema repreensivo claudicante. A impunidade, que estimula os maus e
desaponta os bons, termina por convencer todos os setores, da sociedade de que
o poder do estado é simples espantalho, ‘figura de palha para espantar
passarinho’, e de que não vale a pena respeitar suas leis nem temer sua
autoridade.
Bem acima das crises
econômicas que nos embaraçam, sobrepaira uma questão moral de política, de cuja
solução pende o encaminhamento de todas as outras.”
Este editorial, publicado em
maio de 1987, continua cada vez mais atual perante a República Brasileira.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa submete ao Plenário Requerimento do Ver. Flávio Coulon,
solicitando seja o Requerimento nº 079/87 retirado nos termos do art. 146 do
Regimento Interno.
Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1186 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 036/87, do Ver. Hermes Dutra, que autoriza o
Executivo Municipal a construir monumento comemorativo ao Sesquicentenário da
Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências. Com
EMENDA.
Obs.:
- Incluído na Ordem do Dia, por força do artigo 44
da Lei Orgânica Municipal.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 036/87. A palavra com o Ver. Hermes Dutra.
O SR. HERMES DUTRA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero fazer uma
rápida explicação sobre este Projeto, até para evitar algumas ilações, pois
esta Casa tem dois Vereadores oriundos da Corporação, que são o Ver. Adão
Eliseu e o Ver. Wilson Santos. No segundo semestre de 1984, primeiro semestre
de 1985, em função de uma reunião que participei no Palácio Piratini, com o
então Gov. Jair Soares, à saída estava lá um grupo de oficiais da Brigada
Militar, que iam para uma reunião com o Governador, quase todos oficiais superiores,
e, conversando, surgiu a idéia de por que a Cidade de Porto Alegre não tinha um
monumento à força pública. Por que a Brigada Militar, com 150 anos de
existência, neste ano, não mereceria de parte da cidade de Porto Alegre um
monumento que lhe proporcionasse um local onde pudesse reverenciar os seus
heróis e até, eventualmente, um monumento onde pudesse fazer as suas paradas.
Na época, este Vereador
exercia o cargo de Secretário do Município e fiz uma longa Exposição de Motivos
ao então Prefeito João Antonio Dib, explicando a questão e sugerindo a S. Exa.
que fosse designado um grupo de trabalho para estudar a construção do monumento
e, ao mesmo tempo, escolher um local onde seria este monumento. S. Exa. foi
sensível à argumentação, aprovou a proposta e nomeou um grupo de trabalho
composto por técnicos da SPM e, por Lei oficial - na época, o Cel. Evaldo era
Chefe do Estado Maior de Brigada Militar - esse grupo de trabalho chegou à
conclusão de que o monumento poderia ser construído próximo à Usina do Gasômetro,
porque seria um monumento pequeno, não afetaria o meio ambiente, serviria de
motivo, até, de preservação da área. Seria um monumento onde a Brigada Militar
reverenciaria seus heróis, certamente teria guarda e facilitaria a própria
conservação daquela área, hoje atirada às traças. E sugeriu-se mais. Sugeriu-se
que houvesse um concurso público, aberto a arquitetos e engenheiros, para o
desenho do monumento. Feito isso, ao fim do Governo João Dib, houve a aprovação
desse grupo de trabalho e a determinação do Sr. Prefeito à SPM para que
providenciasse a elaboração do referido concurso. Mas, com a mudança de
Governo, por motivos que não me cabe aqui discutir, a coisa não andou. Procurei
à época o Ver. Adão Eliseu, que é brigadiano - e dos bons, como está falando o
Ver. Jorge Goularte -, e lhe expus a questão, dizendo-lhe de forma muito franca
e bem clara que este Vereador se sentia um pouco preocupado em continuar
conduzindo os entendimentos junto ao Executivo, de vez que havia mudado o
Governo e era outro Partido que estava no Poder.
O Ver. Adão Eliseu propôs-se
a dar uma mão, já que o seu Partido é quem estava mandando no Município de
Porto Alegre. A partir daí, eventualmente, cobrei de S. Exa. solução para o
problema e, devo dizer que, em todas as vezes, S. Exa. sempre me respondeu,
mostrando que estava interessado na questão. Com o passar do tempo, este
Vereador se deu conta por que a solução estava se arrastando e nada de o
Executivo resolver o problema. Como entramos no ano do Sesquicentenário da
Brigada Militar, que é o ano de 1987, e a idéia era iniciar em 87 a construção
do monumento e nada se fazia e alguns daqueles oficiais, já entrando na
reserva, cobraram deste Vereador aquela manifestação de vontade. Eu afirmava
que fazia o que podia, mas como um Vereador de oposição, não podia mais andar
empurrando as assessorias do Sr. Prefeito que, parece, não queria fazer a coisa
andar. Quando estávamos já quase ao fim do primeiro semestre, eu me convenci de
que, efetivamente, o Sr. Prefeito não estava interessado em fazer o monumento,
pelo menos na forma como se tinha pretendido. Então, até querendo me exonerar
da responsabilidade, resolvi fazer um Projeto de Lei, autorizando o Prefeito a
executar a obra, e S. Exa., se quiser faça, se não quiser não faça. Eu sairia
fora da questão. O Ver. Adão Eliseu, depois de eu ter apresentado o Projeto,
procurou-me e disse que, em conjunto com o oficial da Brigada Militar, aquela
Corporação havia resolvido mudar o local em acordo com a Secretaria do
Planejamento. A Brigada desejava que o monumento fosse realizado na praça atrás
do Instituto de Educação. Mas, hoje, me dei conta de por que o Projeto não
andava. É que, certamente, na cabeça do Prefeito já fermentava pelo início de
1986 o Projeto Praia do Guaíba. É por isso que a coisa não andava. Pois, uma
vez colocado o monumento ali, ia complicar um pouco a questão. De forma que
cumpri com a minha obrigação. O Ver. Adão Eliseu me assegura que a Brigada
Militar concorda e, em comum acordo, resolveu mudar a localização. De minha parte,
nada tenho contra e votarei favoravelmente à Emenda do Ver. Adão Eliseu e dou
por cumprida a minha tarefa, que nada mais é do que homenagear uma Corporação
que, com erros, com acertos, é uma Corporação ligada à história de Porto
Alegre, ligada à história do Rio Grande, e um marco pelos seus 150 anos.
Eu faço este esclarecimento
para dizer porque este Projeto é de autoria deste Vereador e não de autoria de
um dos Vereadores que são ligados à força pública, que não é o meu caso. A não
ser um que outro parente que todos nós temos na Brigada Militar, eu não tenho
maior ligação com ela. Então, votarei favoravelmente à Emenda, com vistas a
mudar o local, e espero que o Sr. Prefeito, a partir de agora, em conjunto com
a Brigada Militar, faça ali o que não será mais um monumento, porque, pelo que
eu sei, a Brigada quer apenas colocar um obelisco para lembrar os seus 150
anos. Eram estas as colocações que eu queria fazer. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Wilson Santos.
O SR. WILSON SANTOS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não poderia
deixar de usar a tribuna já que, nestes 150 anos da Brigada Militar, eu dei uma
parcela de 23 anos de serviço na atividade fim da corporação, qual seja, o
policiamento preventivo. O policiamento fardado. Quero dizer ao Ver. Hermes
Dutra que, desde outubro de 1985, esta matéria tramitava no Executivo para que
fosse uma iniciativa da Prefeitura de erigir este monumento em honra da Brigada
Militar por ocasião dos seus 150 anos. Vendo a morosidade e que talvez
estivesse engavetado o projeto, eu fiz uma manifestação ao Executivo para que
fosse agilizado. Como isso não ocorreu, vejo agora, com grande alegria, a
iniciativa final do Ver. Hermes Dutra, de entrar com Projeto de Lei do Legislativo,
para que nós aqui, na Casa do Povo de Porto Alegre, mesmo aqueles que, por
passagem momentânea ou fato isolado, possam ter algum descontentamento por uma
atitude operacional da corporação, tenho absoluta certeza de que se isso ocorre
com algum Vereador, ficam plenamente apagados os fatos isolados pelo somatório
dos cento e cinqüenta anos dos relevantes serviços dessa olímpica organização.
E, como o Ver. Hermes Dutra falou, a história da Brigada Militar se confunde
com a própria história do Rio Grande do Sul. Nada mais justo de que o Município
de Porto Alegre tenha um monumento em homenagem aos cento e cinqüenta anos. Por
isso, vim aqui registrar, antecipadamente, o meu voto favorável à iniciativa do
Ver. Hermes Dutra, e fazer, apenas para finalizar, um ato de lamentação, porque
nesta semana ainda, houve uma Sessão Solene nesta Casa, em homenagem aos cento
e cinqüenta anos da Brigada Militar; e se faço este protesto, não é porque eu
queira colocar uma situação de discussão com o Setor de Imprensa, entretanto,
quero registrar o meu descontentamento. Acredito até que tenha sido por
descuido do competente Setor de Imprensa da Casa, que tem justamente a
liberdade de informar, se entrelaçando com a liberdade que o povo tem de ser
informado. Que tenha havido uma Sessão Solene homenageando os cento e cinqüenta
anos daquela corporação e o povo não foi informado, não teve o direito, essa
liberdade inalienável do cidadão, de ser informado. E se faço esse protesto é
porque respeito a importância e o valor da imprensa, e eu acho que ela ficou
devendo ao povo essa informação. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Rafael Santos.
O SR. RAFAEL SANTOS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu,
lamentavelmente, infelizmente até, vou ter que votar contra este Projeto de Lei
do Ver. Hermes Dutra, pelo mesmo motivo por que votei contra a criação dos
Centros Integrados de Serviços Essenciais, do Ver. Jorge Goularte, pelo mesmo
motivo por que votei contra o projeto do Ver. Jorge Goularte que propunha a
criação da Secretaria de Fiscalização. Eu acho que não tem o menor sentido a
elaboração de leis que não sejam impositivas. Não podemos ficar neste sistema
de autorizar o Prefeito a fazer as coisas que não podemos fazer. Eu acho que a
Câmara, ou determina que seja realizado este ou aquele serviço, ou apela, pede,
encaminha Pedido de Providências, solicitando que o Prefeito faça isto ou
aquilo. Creio que não compete à Câmara estar autorizando o Prefeito a fazer um
monumento. Ela tem que aprovar a construção de um monumento para a Brigada
Militar - e isto é impositivo, pode até ser dado um prazo ao Executivo para a
realização, por exemplo, de 90 dias - e eu aprovaria uma lei neste sentido. Diz
o Ver. Hermes Dutra que, neste caso, haveria vício de iniciativa, mas o que não
faz sentido é nós ficarmos autorizando o Prefeito a fazer aquelas coisas que
nós não podemos fazer. Devemos lutar - e estamos lutando - para que estas
prerrogativas voltem à Câmara, mas tangenciar estas prerrogativas através de
autorizações ao Prefeito, isto é que não pode ser. O processo para o monumento
na Brigada existe. Está lá no Executivo. É só o Prefeito querer executar. Quer
dizer: não tem por que termos que autorizar um monumento; pode ser feito sem
autorização legislativa, pode, não há nada que exija.
O Sr. Jorge Goularte: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Acho importante, exatamente, essa liberdade que temos de pensamento, e, através
desta tribuna, nesta Câmara. Eu penso exatamente ao contrário de V. Exa.; acho
que esta é a nossa função: criar soluções e tentar bater, “água mole, em pedra
dura, tanto bate até que fura”, e, no meu caso, queria comunicar a V. Exa. que
o Prefeito voltou atrás na decisão tomada, e me autorizou a reapresentá-lo, porque
ele vai aproveitar o projeto. Acho que para a população, para Porto Alegre, ele
é importante. Nós temos que criar as idéias e dar as soluções.
O SR. RAFAEL SANTOS: Vereador, eu não tiro a razão, acho que nós temos
que criar. Apenas, temos que seguir os caminhos corretos; acho que uma lei que
autoriza o Prefeito a fazer alguma coisa, ela é inócua, ela não é impositiva, e
eu acho que a lei deve ser impositiva, e a lei que autoriza não é impositiva, o
Prefeito vai fazer se quiser; não é esse o nosso caminho, evidentemente que o
Ver. Jorge Goularte tem um pensamento diferente do meu.
O Sr. Jorge Goularte: Acho que Pedido de Providências é para Vereadores do
Poder Executivo, da Bancada majoritária na Casa, e não para quem é oposição,
tem que marcar presença com projetos, até que se abra o Legislativo para que
tenhamos mais liberdade ainda.
O Sr. Artur Zanella: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Nobre Vereador, eu até concordo com V. Exa., mas temos que colocar as
questões claramente. Na verdade, o Sr. Prefeito Municipal até gosta desse tipo
de projeto, quando lhe agrada e quando ele pode usar. Então, já houve o
precedente do Decreto 81/86, do Prefeito, na época gostou. O Ver. Nilton Comin
apresentou uma alteração que criava o serviço de zoonoses e o Prefeito também
sancionou. Não sei se o Ver. Wilson Santos terá sorte. Depois, o Ver. Adão
Eliseu apresentou uma Emenda na parte de tóxicos. Quer dizer, quando interessa
ao Sr. Prefeito, ele sanciona, quando não interessa vem aquele catatau de
coisas, não sei quem escreve, mas resume dizendo que é inconstitucional. Na
verdade, o Prefeito só sanciona e esquece a inconstitucionalidade quando há
interesse da sua parte ou quando gosta do projeto. Eu aprovo porque é uma
tranca que nós estamos arrombando. O Ver. Jorge Goularte não conseguiu, não é
simpático, o Ver. Comin conseguiu, é simpático.
O Sr. Hermes Dutra: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Tenho o hábito que alguns nesta Casa não têm, de respeitar a posição das
pessoas. Aproveito a oportunidade, já que se está estabelecendo uma discussão,
mas acho que V. Exa. labora num erro. Em primeiro lugar, acho normal que V.
Exa. entenda que este tipo de projeto não deva existir em termos de Município
de Porto Alegre. Mas a lei autorizativa faz parte de um processo jurídico
brasileiro. Basta olharmos uma série de leis, como a Lei Delegada nº 4, que é
uma lei autorizativa, há uma série de leis que são autorizativas. Não estou
inovando no processo jurídico brasileiro. Há e essas leis são consideradas
normais. De minha parte, por que não se poderia colocar? Deverá o Município
construir tanto? A história é implacável. Não quero que amanhã, quando eu for
reclamar de uma lei que não é constitucional ou que não siga os ritos normais,
alguém venha me mostrar uma lei que eu fiz. Por isso coloquei “fica
autorizado”, porque se enquadra perfeitamente no arcabouço jurídico do Direito
Brasileiro. Pode até - e aí acho que é uma questão de avaliação pessoal, no
caso de V. Exa. - não se enquadrar naquilo que se imagina fazer, mas ela não é
novidade, ela se enquadra perfeitamente dentro do arcabouço brasileiro. Este
aspecto de que as leis devem ser impositivas não corresponde com a realidade.
O SR. RAFAEL SANTOS: Perfeito, nós temos aprovadas aqui várias leis que
autorizam o Município a firmar convênios, mas existe esse convênio a ser
firmado e o Município pede autorização da Câmara, inclusive há este tipo normal
de firmar um convênio. Ele pede autorização da Câmara para firmar o convênio.
Agora, acho que não caberia a um Vereador, nós, fazermos uma lei autorizando o
Município a firmar um convênio com o Governo da Alemanha Oriental, no sentido
de desenvolver um projeto não sei do quê. Não tem sentido nenhum nós aprovarmos
uma lei assim. Eu acho que, nestes casos, até por uma questão de coerência, eu
não sou contra a criação de uma Secretaria da Fiscalização, não sou contra os
Centros Integrados, acho que é uma belíssima idéia. Quanto à fiscalização,
ainda acho que é possível discutir, mas, Centros Integrados, acho uma bela
idéia, um Centro Integrado de Serviços na periferia da Cidade. Agora, votei
contra, o nobre Ver. Jorge Goularte é testemunha, votei contrário porque
entendo que não é a sistemática que devemos usar, de autorizar o Executivo a
fazer alguma coisa que depende da vontade do Executivo. Acho que esta lei
deveria ir para o Presidente da Casa sancionar, não precisava nem ir para o
Prefeito sancionar, é inócuo. Ele vai fazer se quiser. Então eu acho que este
tipo de lei nós não devemos aprovar. Eu digo e confirmo que aprovaria uma lei
determinando o Executivo e estabelecendo até prazo para a construção de um
monumento à Brigada Militar, e aprovaria com satisfação.
Agora, esta lei não é
possível, porque é inconstitucional. E esta outra é inócua. Agradeço e este é o
meu posicionamento.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. (Pausa.) Em votação. Para encaminhar, a palavra
com o Ver. Jorge Goularte, pela Bancada do PL.
O SR. JORGE GOULARTE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, como eu tinha dado
um aparte ao Ver. Rafael Santos, volto ao assunto porque acho que é uma
filosofia, é uma norma de um Vereador que deve ser respeitada, mas que ao meu
ver é exatamente ao contrário do que eu penso. Acho que devemos criar o máximo
que se possa soluções para Porto Alegre, boas, más, regulares. Agora, o
Prefeito deveria executar. A decisão da Casa deveria ser respeitada, autorizada
ou não. O aspecto que me parece mais importante é que se insistisse nas
soluções, nas sugestões, e mais, Ver. Rafael Santos, comuniquei da tribuna que
o Prefeito mandou reapresentar o projeto, e ele, equivocadamente, foi mal
informado, mal assessorado - nunca vi o Prefeito tão mal assessorado como está
sendo hoje. Acho isto altamente positivo, tentar, lutar até que se consiga. No
futuro, se Deus quiser, a decisão desta Casa deverá ser respeitada.
Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, é questão de forma de se pensar. Acho, exatamente, que quanto mais
se criar sugestões, soluções, e eu disse, e o Ver. Zanella tinha discordado,
que quem pertence à situação pode até fazer Pedidos de Providências para serem
atendidos. Mas quem é oposição tem que mostrar o seu trabalho através de que
forma? De projeto, que tramita, que é discutido, que é votado, que é aprovado,
que é rejeitado, mas é tentada a solução para Porto Alegre. Nesse sentido,
encaminho favoravelmente, mesmo porque sou inteiramente a favor de se prestar
uma homenagem à Brigada Militar. Não vejo por que algumas pessoas são contra os
militares num País onde todas as pessoas do sexo masculino têm que ser militar
e só não o são por quatro situações: optar pelo serviço religioso, ser julgado
incapaz definitivamente, exceder ao contigente ou ser pederasta. Por isso,
tranqüilamente, acho que a Brigada Militar, como instituição, como toda a
instituição, tem o direito de receber a homenagem que está recebendo e merece
esta homenagem pelo bem que faz ao Rio Grande e a Porto Alegre. Repito aqui o
que disse há dias atrás: há pessoas que exorbitam na Brigada, que ferem os
regulamentos? Sim, alguns, mas a imensa maioria não presta um serviço
relevante? Claro que sim, como todas as instituições. Há os que são
considerados bons, outros regulares e outros que são maus, como qualquer outra
instituição. Por isso, eu cumprimento o Ver. Hermes Dutra pelo Projeto e voto
favoravelmente. Aliás, o PL votará favoravelmente pelos seus dois
representares, sendo um o ilustre Capitão da Brigada Militar, Wilson Santos, e
um sargento. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Pela Liderança do PMDB, encaminha o Ver. Marcinho Medeiros.
O SR. MARCINHO MEDEIROS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, se discutiu muito,
aqui, hoje, se Câmara deve ou não impor a lei ao Prefeito ou sugerir. Mas me
parece que depende muitas vezes da questão da responsabilidade. Acho que quando
a Câmara determina, através da lei, ela sozinha assume a responsabilidade. O
próprio Presidente até poderia, como foi dito pelo Ver. Rafael Santos,
sancionar a lei, mas quando a Câmara sugere ao Prefeito, é porque ela está disposta
a dividir as responsabilidades: nem tanto do Sr. Prefeito, também nem tanto da
Câmara Municipal. Porque a construção de um monumento - e até o local onde será
construído - pode até dividir a opinião pública com relação ao que vai ser
homenageado com o monumento. Mas acho que nós, ao autorizarmos o Poder
Executivo a construir um monumento, estamos assumindo juntos a
responsabilidade, perante a opinião pública, da construção desse monumento para
homenagear a Brigada Militar, numa época historicamente confundível com a
própria História. Porque nós estamos, em Porto Alegre, recebendo um acampamento
farroupilha, quando a Cidade nunca foi farroupilha, e também homenageando, na
época da Revolução Farroupilha, uma instituição criada para combater os farroupilhas.
Mas, como Porto Alegre, como Capital do Estado, deve conviver com a História e
aceitar, no seu território, a convivência histórica de forças que no passado se
digladiaram entre si, eu quero encaminhar favoravelmente à construção desse
monumento, falando não só quando Vereador, mas, também, como professor de
História, para que fique bem claro, nos Anais da Casa, que Porto Alegre, como
Capital, não está enganando as gerações futuras com relação a fatos passados na
nossa História, mas está proporcionando condições para que a comunidade possa
conviver com a História e procurar harmonizar, através de datas comemorativas,
fatos históricos que, na época em que aconteceram, não eram possíveis de serem
harmonizados. Então, nós encaminhamos favoravelmente e, com isso, também
dividimos a responsabilidade com o Prefeito na construção desse monumento. Era
isso o que eu queria dizer em nome da Bancada do PMDB. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Aranha Filho, para encaminhar pela Bancada do
PFL.
O SR. ARANHA FILHO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sinceramente, não
devo representar a totalidade dos votos de minha Bancada. Está, portanto, a
Bancada do Partido da Frente Liberal liberada para essa votação. Porém, entendo
ser extremamente oportuno o debate sobre esta matéria, mesmo porque concordo
com o Vereador autor da proposição, com diversos outros projetos que adentram
nesta Casa no sentido de autorizar o Prefeito a executar qualquer tipo de
providências. Vejam V. Exas. que eu entendo ser um problema de paternidade das
coisas. Entendo, portanto, ser extremamente inócua uma prática adotada por nós,
válida, que são os Pedidos de Providências; da mesma maneira, o Prefeito
Municipal atende se quiser. E são diversas as matérias, uma batelada de Pedidos
de Providências que saem por dia desta Casa em direção ao Paço Municipal,
pedidos esses que representam a comunidade porto-alegrense, são os anseios da
população, e o Prefeito Municipal atende esses pedidos se quiser. Então, eu
vejo extremamente válida esta situação em que a Câmara Municipal de Porto
Alegre viabiliza - por intermédio da aprovação de um Projeto desta natureza -,
autoriza o Prefeito a executar determinada obra como esta, meritória à Brigada
Militar.
Portanto, a Bancada do
Partido da Frente Liberal não tem uma posição de voto, nesta questão, em
uníssona, sendo esta manifestação toda particular, deste Vereador, em que a
autorização ao Prefeito fazer algo é extremamente válida. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Kenny Braga.
O SR. KENNY BRAGA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a homenagem que o Ver. Hermes Dutra
pretende prestar à Brigada Militar é justa e é oportuna. Apesar das insinuações
de que nós temos resistências contra o Exército ou contra a Brigada Militar,
feitas aqui da tribuna pelo Ver. Jorge Goularte, com o intuito de intrigar,
mero intuito de intrigar, não temos nada absolutamente nada contra as Forças
Armadas quando elas cumprem estritamente o seu papel profissional. Agora, temos
tudo quando as Forças Armadas se intrometem em assuntos que são da exclusiva
competência do mundo civil, do mundo político, aí temos tudo contra as Forças
Armadas.
Tenho, por exemplo, contra
generais de pijama que deveriam estar aposentados, cuidando dos seus cavalos,
da suas coudelarias, não se intrometendo no processo político brasileiro que
eles ajudaram a deteriorar com a sua incompetência, como aconteceu ontem, aqui
em Porto Alegre, com a manifestação, com a entrevista do Sr. ex-Presidente João
Figueiredo, que ao sair do Governo pediu que o povo o esquecesse e o povo
brasileiro fez exatamente o que ele pediu: esqueceu-o. E certamente preocupado
com o esquecimento do povo, com o ostracismo a que foi relegado, porque não
deixou a sua marca na história política contemporânea do Brasil, ele volta à
cena política para lançar a Constituinte, dizendo que se a Constituinte não
seguir os rumos ditados pelo Palácio do Planalto, poderá haver uma nova
intervenção militar.
Esta entrevista do Sr. João
Figueiredo é estarrecedora, estarrece a consciência civilista e a consciência
democrática do povo brasileiro. Contra este tipo de militar, que exorbita do
seu papel, da sua função, que extravasa os limites da sua competência para
imiscuir-se em assuntos que não são da sua competência. Para este tipo de
militar eu tenho tudo contra. Agora, sou inteiramente favorável, Ver. Hermes
Dutra, que se faça uma homenagem à Brigada Militar no ano do seu 150º
aniversário, até porque, Ver. Hermes Dutra, paira sobre a Brigada Militar do
Rio Grande do Sul uma ameaça muito séria de que ela fique totalmente
subordinada ao Exército, perdendo a sua autonomia, perdendo o seu papel,
totalmente desfigurado por uma política militar centralista, unitária, que visa
a enfraquecer a Polícia Militar dos Estados, para ter sobre a Nação, sobre o
mundo civil, uma tutela maior do que já teve até agora. O Jornal do Brasil de
ontem, na sua página 4, diz que a tutela sobre as PM irrita os Governadores. Os
Governadores de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo fizeram chegar a
sua irritação ao Sr. Bernardo Cabral, com a possibilidade de que seu
anteprojeto amplie ainda mais o nível de subordinação das Polícias Militares ao
Exército.
Então, no momento em que se
discute a possibilidade de construção desse monumento, em que se discute a
importância histórica da Brigada Militar, é necessário demonstrar esta
tentativa de subordinação total ao Exército Nacional. Não há nenhuma razão para
que a Brigada Militar fique subordinada ao Exército Nacional. Esta tentativa de
subordinação é tão intensa, tão séria, que será competência da União organizar
e manter a Polícia Militar. A União vai acabar interferindo inclusive na
política de provimento de pessoal da Brigada Militar.
Então, sou favorável ao
Projeto do Ver. Hermes Dutra, acho que é oportuno, acho que é justo, por tudo
que a Brigada Militar tem feito, até, em benefício do desenvolvimento do
Estado. Não é apenas uma força repressora e se, às vezes, a Brigada reprime, é
porque quem está no comando, no caso o Governador, também exorbita de suas
funções da Brigada Militar, porque a Brigada não age sozinha, pois está
subordinada ao Governador do Rio Grande do Sul. Temos assistido, nos últimos
dias, em Porto Alegre, em plena fase da Nova República, em que todas as
liberdades públicas foram recuperadas, o espancamento de lideranças sindicais e
o açodamento de políticos. Atribuo a culpa desses fatos ao Sr. Governador do
Estado do Rio Grande do Sul, que não tem sabido orientar a Brigada Militar num
caminho da convivência democrática e de fraternidade como deve existir entre
irmãos.
Sou favorável ao Projeto e
espero que a Brigada Militar se coloque na perspectiva de ampliação das
liberdades públicas, do estado de democracia que penosamente o povo brasileiro
está querendo conquistar. Os militares não se podem alienar das nossas ruas,
não podem ficar surdos e omissos à vontade do povo brasileiro, que é a vontade
a favor do desenvolvimento com liberdade e justiça social. Se ela virar as
coisas para o povo brasileiro, certamente encontrarão, no futuro, muitas
dificuldades, por que o povo brasileiro não aceita mais ser cabresteado. O povo
brasileiro tem vinte anos de desditas, de misérias, de sofrimentos, e
certamente não deseja retornar a essa época. Cabe aos militares um papel
importante na construção dos rumos da democracia e não do fechamento e do
autoritarismo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Antonio Hohlfeldt, para encaminhar.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não pretendia nem
discutir nem encaminhar este Projeto. No entanto, acho importante se deixar
registrados ao menos algumas coisas em torno, sobretudo, da oportunidade de
propostas semelhantes. Não quero entrar na discussão, por exemplo, da
interpretação da função que a Brigada Militar teve e da própria fundação da
Brigada Militar no Estado, da criação da Brigada Militar no Estado do Rio
Grande do Sul. É, em todo o caso, no mínimo, uma interpretação polêmica. Nós
não podemos esquecer que a Brigada Militar foi criada no sentido de substituir
grupos municipais armados e foi, também, uma resposta à busca de uma
centralização do poder político na mão dos Presidentes Provinciais. No caso, o
Presidente Provincial do Estado do Rio Grande do Sul, retirando-se o poder dos
caudilhos municipais.
Esta é, portanto, uma visão
menos oficial do que aquelas que constam de livros, duas obras, ambas escritas
por brigadianos, historiadores ligados à Brigada Militar.
E, pessoalmente, não tenho
uma visão tão positiva da instituição na história do Rio Grande do Sul, sem
entrar no mérito daqueles que responderam pela instituição, e sim da função que
a instituição cumpriu.
Mas não seria por aí a minha
discussão. Acho que, de qualquer maneira, é uma instituição que tem 150 anos de
presença na história do Rio Grande e seja por um grupo, ou por outro, mereceria
a homenagem sem maiores problemas. Até quero aqui dizer que, da homenagem em
si, acho que se pode apoiar a idéia.
A minha dúvida, no entanto,
é quanto à forma escolhida da homenagem. No momento em que nós estamos num
contexto político terrível, e financeiro também, no momento em que o brigadiano
tem salário miserável, no momento que o Município chora as pitangas, pois não
tem dinheiro para pagar o seu funcionalismo, estamos propondo gastos com um
monumento, que em menos de um ano será roubado, depredado e tirada a sua placa
de bronze, ou coisa parecida, e teremos gastos milhares ou milhões de cruzados
numa obra que, em última análise, vai ser perder no tempo, bastando lembrarmos
que a maioria dos monumentos de Porto Alegre, inclusive no Parque Farroupilha,
estão profundamente desconhecidos, pois ninguém sabe quem está homenageando o
quê. Ficaram lá pedaços de material, concreto ou coisa parecida.
Preferiria que a Brigada
homenageasse a si própria e nós à Brigada, através, por exemplo, de um processo
autorizativo de o Município construir uma creche para os filhos do brigadiano,
ou de o Município fazer doação de uma área para a Brigada com o fito de se
criar uma creche ou com o fito de se criar uma instituição que abrigasse, por
exemplo, os brigadianos idosos. Aqueles homens que ao longo da sua vida
vestiram uma farda e atuaram, enquanto soldados, no cumprimento do dever, e que
depois, aposentados, estão aí morrendo à míngua, porque a sua instituição os
esquece e não tem como pagar decentemente a sua aposentadoria.
Portanto, Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, se propuséssemos - inclusive o Ver. Hermes Dutra, que é o
autor da proposição, não é minha intenção criticá-lo, é apenas uma visão
diferente -, se nós propusemos que o Município fosse autorizado a construir uma
creche ou um asilo a brigadianos idosos ou aos seus filhos, eu aprovaria.
Agora, acho, na realidade deste País, deste momento, que não é a melhor maneira
homenagear-se a Brigada Militar através de um monumento, que será uma coisa
morta. Daí porque o nosso voto, neste conteúdo, não contra a homenagem, nesta
forma de homenagem, ser contrário. Entendo que a melhor maneira de se dar uma
coisa a uma entidade, a uma instituição, é dá-la àqueles que a representam
vivamente, aqueles que a constituem na realidade. E a Brigada Militar não é um
nome, não é apenas uma idéia. A Brigada Militar é o conjunto dos soldados
brigadianos. E é nesse sentido que, não tendo mais condições de, inclusive,
fazer emenda de Líder ou coisa parecida, porque realmente não sabia que este
Projeto seria votado hoje, eu me restrinjo, apenas, a fazer um registro, até
para conhecimento dos homenageados, da nossa discordância na forma da
homenagem, não da homenagem em si. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação. Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL nº 036/87 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação a Emenda. Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
A Mesa submete ao Plenário
Requerimento de autoria do Ver. Hermes Dutra, solicitando seja o PLL nº 036/87
dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final,
considerando-a aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1355 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 045/87, do Ver. Hermes Dutra, que declara de
utilidade pública a União dos Escoteiros do Brasil, Região do Rio Grande do
Sul.
Pareceres:
- da CJR.
Relator, Ver. Cleom Guatimozim: pela tramitação;
- da CEC.
Relator, Ver. Mano José: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 045/87. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que aprovam o PLL nº 045/87 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa, Requerimento
de autoria do Ver. Hermes Dutra, que solicita seja o PLL nº 045/87 dispensado
de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a
aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1381 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 016/87, do Ver. Kenny Braga, que concede o prêmio literário
“Érico Veríssimo” ao poeta rio-grandense Luiz de Miranda.
Pareceres:
- da CJR.
Relator, Ver. Cleom Guatimozim: pela tramitação;
- da CEC.
Relatora, Verª Bernadete Vidal: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PR nº 016/87. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os. Srs.
Vereadores que aprovam o PR nº 016/87 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa, Requerimento
de autoria do Ver. Kenny Braga, solicitando seja o PR nº 016/87 dispensado de
distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a
aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1387 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 017/87, do Ver. Lauro Hagemann, que concede o título honorífico
de Cidadã Emérita à Sra. Julieta Batistioli.
Pareceres:
- da CJR.
Relator, Ver. Caio Lustosa: pela aprovação; e
- da CEC.
Relator, Ver. Mano José: pela aprovação.
A SRA. PRESIDENTE (Gladis Mantelli): Em discussão o PR nº 017/87. (Pausa.) Não
havendo quem queira discutir, em votação. Para encaminhar, o Ver. Hermes Dutra.
O SR. HERMES DUTRA: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, eu faço questão
de vir à tribuna para registrar um posicionamento que eu acho muito importante.
Estive lendo o currículo da Sra. Julieta Batistioli e acho que ela merece o
título de Cidadão Emérita. Agora, já que vou votar a favor, sou obrigado a
dizer o que vou dizer, até para evitar algumas ações futuras, que eu até vou
cobrar. Pessoalmente, não concordo com a luta da Sra. Julieta Batistioli,
porque ela é comunista e eu não sou, penso exatamente ao contrário do que ela
pensa. Mas eu acho que ela foi uma boa comunista, trabalhando bem pelo Partido
Comunista Brasileiro, como se vê pelo seu currículo. Mas eu quero, com esta
minha posição, deixar bem claro que eu não estou “ideologizando” as homenagens
desta Casa e só espero que a recíproca seja verdadeira, no futuro. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Com a palavra, para encaminhar pelo PCB, o Ver. Lauro Hagemann.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, eu respeito a
opinião do Ver. Hermes Dutra, mas a intenção de homenagear a Sra. Julieta
Batistioli não foi só por ela ser comunista, mas, principalmente, a homenagem
se prende ao fato de ter sido ela a primeira mulher a exercer a vereança na
Câmara de Porto Alegre. Este é o sentido fundamental da homenagem. Agora,
quanto ao fato de ela ser comunista, é uma questão que a ela pertence e que, ao
Partido Comunista, muito honra. Mas este não é o único motivo da homenagem, mas
sim a sua parte secundária, pois, este ato de justiça se prende, principalmente
a exercer a vereança na Câmara Municipal. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Em votação. Os Srs. Vereadores que aprovam o PR nº 017/87 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa, Requerimento
de autoria do Ver. Lauro Hagemann, solicitando seja o PR nº 017/87 dispensado
de distribuição em avulsos o interstício para sua Redação Final, considerando-a
aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. HERMES DUTRA (Questão de Ordem): Tenho observado processos
cujo Parecer da Comissão de Justiça é pela tramitação. Tenho minhas dúvidas se
o Regimento Interno permite isso. Gostaria que V. Exa. encaminhasse isto à
Comissão de Justiça e que ela se manifestasse a respeito.
O SR. IGNÁCIO NEIS (Questão de Ordem): Como integrante da Comissão
e como quem dá, constantemente, esse Parecer, muitas vezes sou completamente
contra a aprovação de certos Projetos, mas não posso opinar no mérito. Mas,
como são constitucionais, legais e regimentais, nós damos pela tramitação,
justamente para opinar no mérito, pois isso é tarefa de outras Comissões. Nós
não damos pela aprovação, porque muitas vezes pensamos que não devem ser
aprovados, ou que até podem ser aprovados.
O SR. HERMES DUTRA: Agradeço a resposta do nobre Vereador, mas não foi
isso que eu perguntei. Eu solicitei informação à Comissão de Justiça para saber
se pode ou não haver esses pareceres, “pela tramitação”.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa encaminhará a Questão de Ordem de V. Exa. para, posteriormente,
lhe dar uma resposta.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1477 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 019/87, do Ver. Issac Ainhorn, que concede o título
honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Nilton Waldemar Stock.
Pareceres:
- da CJR.
Relator, Ver. Kenny Braga: pela aprovação;
- da CEC.
Relator, Ver. Adão Eliseu: pela aprovação.
A SRA. PRESIDENTE: Em discussão o PR nº 019/87. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que aprovam o PR nº 019/87 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa, Requerimento
de autoria do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando seja o PR nº 019/87 dispensado
de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a
aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(Obs.: Foram aprovados os
demais Requerimentos constantes na Ata.)
A SRA. PRESIDENTE: Liderança com o PFL, Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, com satisfação
soubemos hoje que o feriado da Festa do Navegantes não mais será transferido.
Foi uma luta conjunta de diversos políticos, como o ex-deputado Nélson
Marchezan, Senador Chiarelli, Ver. Jaques Machado e eu.
Outro assunto que precisamos
falar - e temos a presença de motoristas de sindicatos que irão tratar sobre o
censo -, é uma discussão um pouco bizantina, porque é nosso consenso que o
censo que está sendo feito não tem senso porque é completamente ilegal, por não
atender a Lei. Também sobre uma notícia que saiu sobre o Projeto Praia do
Guaíba, em virtude das perguntas que foram levantadas pela Bancada quando o Sr.
Prefeito aqui estava, sobre o problema.
Mas o que me traz em nome da
Bancada, Sra. Presidente e Srs. Vereadores, é uma reportagem sobre a Ilha das
Flores, na “Zero Hora” de hoje. Eu fiz um Pedido de Informações em junho sobre
o assunto, porque eu achava um pouco confuso, e fui saber das respostas que não
elucidaram as questões, faltando um item, pois o Sr. Prefeito diz que
encaminharia o Projeto, o que me tranqüilizou, e o Ver. Aranha Filho também
entrou no assunto e foi chamado de precipitado, quando nós estamos é atrasados
nesta análise que já deveria ser definida há muito tempo. Mas, hoje, a “Zero
Hora” publica uma matéria grande sobre o assunto, onde o jornalista da editoria
local faz um pequeno equívoco, dizendo que o Sr. Jair Soares, ex-Governador,
desapropriou 300 hectares da ilha, que pertenciam ao Parque Estadual Delta do
Jacuí. Um equívoco. O ex-Governador não desapropriou, a terra já era do
Governo, ele desafetou para o uso e afetou para outro. Mas é justificável que o
jornalista não saiba esses detalhes técnicos. O que é absolutamente
injustificável, e eu faço questão que isso fique sublinhado em todos os Anais
desta Casa, é a entrevista do Sr. Antenor Ferrari, Secretário Estadual da
Saúde, que afirma ser muito estranho que, no final do Governo, o Sr. Jair
Soares tenha desapropriado a área de preservação. Que o Secretário não saiba o
que é desafetação é espantoso, mas, mais ainda, o Sr. Secretário fala como se o
Sr. Jair Soares resolvesse desafetar uma área, quando inicialmente assina um
decreto que tinha sido aprovado pelo Conselho do Plandel e apoiado pela
Fundação Zoobotânica, e conclui o Sr. Secretário o seu absoluto desconhecimento
do assunto dizendo o seguinte: que prefere não dar a sua opinião final, mas
mesmo assim levanta suspeita que serão evidentemente inúteis, pois não existe
ainda o relatório de impacto ecológico. Pois o Sr. Secretário de Saúde, que
critica e suspeita da inutilidade da coisa, não leu ou não sabe da solenidade
que o Governador Pedro Simon realizou no Palácio Piratini, onde assinou o
contrato de financiamento para o Projeto, no valor de Cz$ 50.141.329,00,
correspondente a 136.815 OTNs, assinou no Palácio Piratini com a CEF, na
presença do Secretário do Desenvolvimento Regional de Obras, Roberto de Souza,
provavelmente na presença dele ou na ausência dele, que deve ter sido
convidado. Então, demonstra toda esta desorganização que se coloca, em que as
acusações são sempre contra o Governo anterior, quando neste caso claríssimo da
responsabilidade de projeto, a contratação do projeto, dos valores que serão pagos
em 50 milhões de cruzados em agosto, cabe ao Governador Pedro Simon, que
assinou este contrato no dia 17 de agosto, foi publicado nos jornais no dia 18
de agosto, há 30 dias, portanto, e a notícia não chegou na Secretaria de Saúde
do Estado, que é o órgão encarregado de controlar este tipo de coisa neste
Estado. Então, se é que é investimento inútil, suspeito, devia ter sido
avisado, no dia 17 de agosto, o Sr. Pedro Simon, Governador do Estado. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Liderança com o Ver. Jorge Goularte.
O SR. JORGE GOULARTE: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, lamentavelmente,
vou ter que mudar, e de maneira radical, a minha boa vontade com o Poder
Executivo Municipal. Infelizmente, vou esperar que o Sr. Prefeito Municipal me
dê explicações plausíveis para o fato de que o seu gabinete tenha levado vários
dias para marcar uma audiência deste Vereador com vários moradores da Vila dos
Sargentos, na Agronomia, e, em lá chegando, atabalhoado, desesperado com o
trânsito, com meu secretário doente, mas fui cumprir com o meu compromisso para
com a população, infelizmente - e trago à Casa para que faça uma análise séria
do que eu estou aqui a dizer - estava o Chefe de Gabinete do Prefeito, Sr.
Nelson Santana, acompanhado do às vezes colega desta Casa, o Suplente Dubina,
tentando desviar a população que ali estava deste Vereador para o Ver. Dubina,
dizendo que poderiam dispensar o Sargento Goularte, porque aquele Suplente de
Vereador era residente na área. E vejam bem a sensibilidade desse cidadão, que
eu até tinha como amigo de muitos anos, pois estava falando para uma esposa de
sargento em uma Vila de Sargentos, “criticando” - entre aspas - um sargento. Ou
será que vai tentar me diminuir por eu ser sargento, num País onde toda pessoa
do sexo masculino tem que ser militar e só não o é se está excedendo o
contigente, se opta pelo serviço religioso, se é julgado incapaz
definitivamente, ou se é pederasta. Não posso aceitar esse tipo de tratamento e
não vou calar. O que faz, aqui, o Líder do PDT, com a sua fidalguia, a luta que
faz para manter esta Casa ao lado do Poder Executivo em muitos projetos, o que
faz o Prefeito Municipal, com a sua fidalguia? De vez em quando, como me
aparteia a Verª Bernadete Vidal. Eu, lamentavelmente, não posso dizer o mesmo
de alguns Secretários municipais, especialmente do seu gabinete, porque a
antropofagia chega a ser de uma estupidez irritante. Eu hoje recebo, também, do
Secretário Valdir Fraga, um expediente que é uma verdadeira graça, deveria ser
solicitado para se colocar num monumento literário de tão estúpido que é,
tentando me tirar fora de uma jogada simples que nem tentei, nem procurei
fazer, que era simplesmente o Sr. Prefeito Municipal autorizar as pessoas que
jogam bochas, a cobrirem as canchas às suas expensas. Mas eu não fui lá pedir
para que eles me pedissem isso. É que a incompetência municipal não resolve
este problema há quase dois anos, preocupados que estão porque o PDT tem mais
cacique do que índio, elegendo apenas 11 nesta Casa, hoje tem 13, com 6
suplentes, bota cacique nisso. Se elegeram mesmo os 11, já é muitas coisa. Vão
brigar a tapa. Isto é política pequeninha, política rasteirinha, da pior
espécie, com gente com a mentalidade de uma ervilha, pequeníssima, rasteira,
nojenta, abjeta. Ora, mas pelo amor de Deus, eu que não faço discriminação
contra ninguém, nem contra as religiões, muito menos contra as profissões, nem
contra as raças das pessoas. Esse cidadão, realmente, merece desta Casa uma
observação mais acurada. E eu espero que o Prefeito Municipal, através de sua
representante nesta Casa, que também luta muito para que aqui haja uma
harmonia, dê informações sobre estas ações, que estão desviando eleitorado no
saguão do Município. Mas, por favor, que politicazinha rasteirinha de elemento
pequeninho, nojentinho, sem nenhuma expressãozinha, desse tamainho. Por isso
quero, se me permite, Sr. Presidente, é só ler esta peça literária do Ver.
Valdir Fraga, que é uma verdadeira gostosura. E vejam bem o que tem de revista
de secretariado aí, o que se gasta em gráfica nem se fala nisso. Mas vejam e
peça literária do Ver. Valdir Fraga para me tirar da jogada dos veteranos da
bocha. (Lê.)
“Sr. Vereador, em resposta à
correspondência” - fiz o pedido pessoalmente ao Prefeito – “datada do 1º do
corrente mês, dirigimo-nos a V. Sa., de ordem do Sr. Prefeito,” - será que ele
sabia mesmo? – “para levar ao seu conhecimento que a Secretaria Municipal de
Educação e Cultura informou-nos haver tratativas entre a Divisão de Esportes e
Recreação Pública e a Associação dos Veteranos de Bocha a respeito da cobertura
da cancha daquela entidade. Na oportunidade, enviamos...”. Prefiro a morte do
que morrer, diz o Secretário aqui.
Convenhamos, os veteranos de
bocha querem cobrir a cancha às suas expensas, tem material lá comprado, e só
porque eu pedi! Mas que politicazinha pequeninha, feita por gentinha com a
mentalidade de uma ervilhazinha bem menorzinha do que um grãozinho de areia!
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Liderança com o PT, Ver.
Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sra. Presidente e Srs. Vereadores. Recebi, ontem, a
visita do companheiro Osvaldo Rodrigues, o Galo, Presidente do Sindicato dos
Trabalhadores nas Empresas de Ônibus do Transporte Coletivo do Estado do Rio
Grande do Sul, que está hoje a meu pedido aqui, no Plenário da Casa, com a sua
diretoria, e que nos trouxe uma denúncia extremamente grave. Desde o início do
censo, na segunda-feira, eu, e provavelmente outros Vereadores desta Casa,
venho recebendo denúncias dos nossos funcionários, inclusive da Casa, dos
gabinetes, de outras pessoas, sobre as trapaças, as cretinices que os
empresários de ônibus de Porto Alegre vêm praticando. Levantei, tenho aqui a
relação de mais de dez casos específicos, com o número do carro, a empresa, a
linha e o horário. Passei alguns destes casos ao Secretário substituto Dr.
Danúbio, enquanto o Ver. Eloi Guimarães se encontrava em Brasília, e recebi a
promessa de que se iam tomar providências, mas as situações crescem à medida
que os dias passam e chegamos à denúncia de ontem do companheiro Galo, que, no
meu entendimento, exige da SMT uma medida extremamente objetiva e severa e é
antes de tudo um caso de polícia, de economia popular. A acusação é objetiva e
tem um companheiro que é testemunha. A empresa Estoril, cujo chefe de tráfego é
o Sr. Anor, força os cobradores a não entregarem os tíquetes aos passageiros.
Cobrador que chegar no final de linha empatado, o número de tíquetes e de
roleta, leva prensa. Tem que chegar com diferença para o fiscal da empresa
arrancar o tíquete do isento, o amarelinho.
Sra. Presidente, Srs.
Vereadores, poderia citar, hoje de manhã, o carro 121, Empresa Trevo, se negou
a dar o tíquete e quase agrediu a minha funcionária. Poderia citar que a Cia.
Carris Porto-Alegrense, que pertence à Prefeitura, está fazendo a dupla
largada. Ou seja, larga dois ônibus no mesmo horário para distribuir os
passageiros. Poderia citar que o ônibus da Sopal, no dia de ontem, carro 552,
os motoristas confessaram que estavam conferindo os tíquetes, por isso não
podiam largar na hora. Então ficaram faltando dois horários para quem precisava
pegar o ônibus da Santo Agostinho, linha 27. Poderia citar a Empresa Nortran,
carro 61.414, linha Jardim Itu, trabalha só com tíquete amarelo, praticamente.
Se nega a dar tíquete azul. Poderia citar o carro 32, da Empresa Cambará, linha
Cruzeiro, não está dando o tíquete. Poderia citar que a Empresa Presidente
Vargas, linha Caldre Fião, carro 255, não dá tíquete. E por aí afora.
Ora, Srs. Vereadores, o Ver.
Artur Zanella já levantou, aqui, a questão do não-cumprimento real da Lei do
Censo. A Lei do Censo é de 30 dias. A Lei do Censo exige ampla publicidade
anterior. A Lei do Censo determina tíquetes de duas cores apenas. A Lei do Censo
não prevê que me mande os idosos entrarem na roleta, e os demais isentos, o que
facilita o que está ocorrendo agora, porque se está falsificando os dados do
censo. Está-se roubando a população de Porto Alegre e eu diria, no mínimo, por
um gravíssimo erro da SMT, porque enquanto o passageiro isento entrava na porta
da frente, eles não podiam roubar, agora, colocar o passageiro isento para
entrar na porta de trás significa o seguinte: somos nós outros que vamos pagar
a passagem do passageiro isento. E não é a parte da contribuição social do
empresário em relação ao isento. Na verdade, se transferiu, com esta decisão do
titular da SMT ou da sua equipe, o ônus do pagamento dos isentos para nós
outros. Coisa que não era antes. E se facilita esta prática de roubo.
Então eu quero fazer este
registro, um registro que eu faço realmente com indignação, porque da mesma
forma entendo que a redução do prazo de 30 para 10 dias facilita esta prática
lamentável da Carris, de largar dois ônibus na mesma hora. Ver. Raul Casa, esta
é a denúncia que nós temos, devidamente identificada pelo cidadão que nos
trouxe a denúncia.
Então, Srs. Presidente e
Srs. Vereadores, eu entendo que, infelizmente, mais uma vez, o censo vem, não
para trazer os números reais, mas, como eu dizia, Ver. Raul Casa, acaba se
transformando numa farsa, e a SMT, talvez por não ter planejado corretamente,
ao conversar ontem com o Ver. Eloi Guimarães num programa de uma rádio, num
debate, de que não tinha uma estrutura suficiente de fiscalização, deveria ter pensado
numa alternativa importante...
(Aparte anti-regimental do
Ver. Hermes Dutra.)
Não foi tão bom assim, Ver.
Hermes Dutra, também, mas não recebi tantos escândalos como recebi desta vez,
talvez, até, que as pessoas estivessem menos preparadas.
Mas eu citava ontem ao Ver.
Eloi Guimarães e quero trazer em Plenário para que fique o registro, já que é
uma proposta de conselhos populares, porque não se ter logo trazido as
associações de bairros, credenciado algum representante para atuar junto aos
cobradores. Entendo, sobretudo, e vou encaminhar, de maneira formal, e o
companheiro Galo também vai fazê-lo, que a denúncia que o Sindicato traz tem
que ser transformada num inquérito por parte da SMT, sob pena dela ser
conivente, e tem que ser transformada também numa denúncia para a polícia, ao
nível da economia popular, e registro aqui, o Ver. Aranha Filho me passa:
ônibus 110 da empresa Trevo, saindo do Centro às 10 horas da manhã na direção
ao bairro, também só distribuiu tíquete para quem pediu. Então, em um ônibus
com X passageiros, somente três tíquetes foram distribuídos. Aos técnicos da
SMT que estão acompanhando o meu pronunciamento, eu ponho à disposição cópia do
discurso e gostaria de dar a resposta quanto às penalidades para esses casos
que objetivamente eu mencionei e, sobre o caso da Estoril, acho que é
fundamental que o companheiro Galo seja recebido pelo Secretário e que isso se
transforme num inquérito, já que há testemunha, inclusive, para que acabemos
com este roubo descarado, e não tem outro adjetivo, por parte dos empresários
do transporte coletivo desta Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Liderança com o PCB, Ver. Lauro Hagemann.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sra. Presidente, Srs. Vereadores. O Sr. General da
Reserva, João Baptista Figueiredo, perdeu uma excelente ocasião de ficar
calado, ao invés de vir à esta Capital participar de um churrasco e declarar
que as forças Armadas intervirão no Governo deste País se as coisas não
caminharem como eles desejam. E isto apesar do que constar na Constituição,
limitando a atuação destas Forças Armadas. Para a população, isso me parece uma
excelente lição de democracia entre aspas. No momento em que a sociedade
brasileira atua no sentido de propiciar a uma Assembléia Nacional Constituinte
a elaboração de uma carta mais adequada aos anseios da comunidade nacional, o
velho fantasma das Forças Amadas intervindo no processo de redemocratização do
País, embora não sendo um fato novo, é alarmante. Não é isso o que quer a
sociedade brasileira. É preciso que o General Figueiredo fique bem ciente
disso. É lamentável o trabalho que o Sr. ex-Presidente da República vem
desenvolvendo neste País. E, com uma etapa muito importante nesta Cidade. Nós
não queremos o monitoramento das Forças Armadas no processo de governo deste
País; como explica, hoje, o Presidente da FEDERASUL, está em marcha este
processo. A sociedade brasileira não suportará mais essa agressão. É verdade
que, no momento, não tem como se defender, porque as Forças Armadas ainda detêm
a parcela de força capaz de realizar esse tipo de intervenção e a sociedade
desarmada não tem outro recurso senão se organizar para enfrentar esse tipo de
ameaça que paira sobre todos nós.
Sra. Presidente, Srs.
Vereadores, aproveitando o final da minha intervenção, quero dizer que essa
questão do censo no transporte coletivo também me preocupa muito. Ao que
parece, não teremos outro caminho senão o remédio legal: anular o censo que
está em andamento, por vários motivos, a começar pela redução do tempo em que
ele está sendo praticado. A Lei diz que é 30 dias e a SMT o está realizando em
10, além das denúncias de fraudes que estão sendo praticadas. Ontem, viajando
em ônibus, não recebi o competente tíquete. Isso ocorre com vários cidadãos,
conforme está sendo amplamente noticiado. Acho que esta Casa tem uma
responsabilidade muito grande para fazer cumprir a lei municipal, porque esse
processo de contagem dos passageiros envolve um desdobramento muito importante
na fixação das futuras tarifas. Não podemos suportar calados esse descalabro.
Então, parece-me que o caminho é anular, até pela via judicial, o censo que
está sendo realizado, se a SMT não tomar essa providência. Era só, Sr.
Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Pedro Ruas.
O SR. PEDRO RUAS: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, a denúncia que foi feita pelo Ver.
Antonio Hohlfeldt, com várias testemunhas e vários dados concretos, nos parece
da maior gravidade e deve ser examinada. Parece-nos que, a partir do
Requerimento do Ver. Artur Zanella, aprovado por esta Casa, teremos já o início
de investigações, a partir da própria Casa, com depoimentos que aqui serão
colhidos. Fizemos esse apelo e, certamente, Ver. Antonio Hohlfeldt, o que
estiver ao nosso alcance, pediremos à SMT que investigue, independente das
conclusões desta Casa, o que está havendo e o que pode ser feito com relação a
essas denúncias. Não é possível que uma medida que tem um determinado objetivo,
como esse do censo, que é concreto, em última análise serve ao esclarecimento
da própria população sobre a questão do transporte coletivo, seja prejudicada
por quem procura de todas as formas fraudar a lei existente e, em conseqüência,
fraudar os objetivos do censo.
De outro lado, tramita nesta
Casa, de minha autoria, projeto - pois existe uma outra fraude das empresas de
transporte coletivo, que é a sonegação do troco devido ao usuário do transporte
coletivo -, o nosso Projeto, que prevê, justamente, a isenção do pagamento da
tarifa quando não houver o troco devido ao usuário. Em breve virá para votação
no Plenário, provavelmente no início do mês de outubro, e tem como objetivo
corrigir um tipo de abuso que existe em relação, especialmente, ao usuário do
transporte coletivo.
Não poderia deixar de registrar,
nesta data, o transcurso do aniversário do Instituto Gaúcho de Tradição e
Folclore, que completa amanhã 13 anos de existência e que tem servido, nesses
13 anos de muita luta e dificuldades, à compilação de dados históricos e, acima
de tudo, à divulgação e ao enaltecimento de cultura gaúcha no nosso Estado.
O Instituto Gaúcho de
Tradição e Folclore, hoje dirigido pelo Dr. Pedro Borghetti, tem ainda o Dr.
Augusto Fagundes, acima de tudo, e o Elton Saldanha, também. Tem acima de tudo
o objetivo de deixar para nós, gaúchos, a possibilidade do estudo sobre nós
mesmos, nosso trabalho, tradição e cultura.
Falo também em nome do PL, a
pedido do Ver. Jorge Goularte, e do PFL, a pedido da Verª Bernadete Vidal.
O Sr. Luiz Dexheimer, que o
Ver. Aranha Filho refere, nos forneceu dados para o Voto de Congratulações, e
já ingressamos nesta Casa com um pedido de uma Sessão Solene para homenagear
esse Instituto, que tem para nós uma importância muito especial, posto que nos
representa, enquanto gaúchos, e tem para os que não são gaúchos o acesso e a
possibilidade do conhecimento daquilo que nós, enquanto gaúchos e
representantes da nossa cultura regional, temos orgulho e temos a nossa
tradição, sempre se inovando, baseada no pensamento e na forma de vida dos
primeiros habitantes deste Estado. Esta data, os treze anos de existência desse
Instituto, é muito significativa para o povo gaúcho em geral e é, para esta
Câmara, como representante maior da Capital do Estado, enquanto representante
do povo desta Cidade, eleitos, esse significado de apoio, significado de
reverência e esse significado de que, para nós, o incentivo que o Instituto da
à nossa cultura deve ser homenageado, enquanto pudermos fazer isto pela Câmara
Municipal. Finalizando, Srs. Vereadores, a denúncia do Ver. Antonio Hohlfeldt,
que terá uma averiguação de imediato nesta Casa, a partir do Requerimento,
aprovado, do Ver. Artur Zanella, e terá, de nossa parte, todo o apoio que for
possível, todos os contatos que fossem necessários e, acima de tudo, a vontade
também de que seja esclarecida e mostrada a verdade à população de Porto
Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Liderança com o PDS, Ver. Rafael Santos.
O SR. RAFAEL SANTOS: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, desde que se
iniciou a elaboração de censo de passageiros, cada vez que ocorre um, há
denúncias de fraude. Isto é simples, Sra. Presidente e Srs. Vereadores. Qual é
o interesse do empresário? O interesse do empresário é que tenha poucos
passageiros por quilômetro, porque quanto menor o número de passageiros, maior
será a tarifa e maior o lucro do empresário. E quem faz o censo? O próprio
empresário. Quer dizer, é uma parte diretamente interessada que comanda este
censo, porque a fiscalização por parte do Município é praticamente nula. Daí
esta série de denúncias que chegam à Casa da fraude do censo e que inviabiliza
todo o trabalho que tem sido feito por esta Casa, visando a encontrar uma
tarifa justa. Não adianta estabelecermos critérios, princípios, se a base está
num censo que é realizado pelo próprio empresário. Porque nós não podemos
querer que o cobrador, o trocador, o motorista, não cumpra as ordens do seu
empresário. Ele vai perder o seu emprego. Ele não tem condições para não
cumprir. Se nós chamarmos um cobrador aqui, ele vai dizer que não, que ele
entrega tudo direitinho, porque o empresário vai estar aí sentado, controlando.
Nós precisamos modificar este sistema de censo. Ele precisa ser feito pelo
próprio Município, poderia contratar uma empresa. O Município gasta milhões de
cruzados para imprimir revistas, jornais, para publicar nos nossos jornais
matérias pagas imensas, não pode contratar uma empresa de assessoria para fazer
este censo que é em benefício de toda Cidade? Não pode contratar uma empresa de
assessoria que vai colocar os seus fiscais nos ônibus, fazendo o censo? Não se
contrata empresas para fazer pesquisas? Por que não contratar uma empresa para
realizar este censo? Vai custar muito caro? Não é verdade. Vai custar menos que
os programas de rádio, do que as páginas de jornais. E vamos entregar isto para
que seja feito com seriedade. Os empresários poderão dizer que não podem
entregar para as associações comunitárias, porque o interesse da associação é
que a passagem seja baixa. Tudo bem, então vamos contratar uma empresa para
fazer isto. O que não se pode é basear todos os cálculos de aumento de tarifas
em cima de um censo feito pela parte interessada. Nunca vi isto em lugar
nenhum. A parte interessada apresenta o dado básico e, a partir dali, calculamos.
Então, é melhor perguntar logo ao empresário: quanto vocês querem? Não precisa
fazer esta “mis-en-scène” toda, vai dar o que eles querem. Eu me recordo de uma
anedota, eu não sei se é lenda ou anedota, mas contavam que no tempo em que era
Presidente o Borges de Medeiros, as eleições estaduais eram apuradas na
Assembléia Legislativa, apenas pelas Atas. A eleição era apurada pela Mesa e
mandava a Ata. E, nas vésperas de uma eleição, foi passado um telegrama a
Palmeiras das Missões, pelo comando do então Partido do Governo, no seguinte
teor: “Necessitamos vencer nesse Município, no mínimo por 500 votos”. E
receberam a seguinte resposta: “Impossível, a Ata já está pronta e vencemos por
480 votos”. Então eu tenho muito medo de que esse censo rejeitado já esteja
pronto lá na gaveta, e esperando apenas o cumprimento do prazo, e talvez por
isso o Executivo tenha reduzido por dez dias, porque tanto faz fazer em dez, ou
em vinte, ou em trinta dias, pois o resultado está lá na gaveta, e o
empresário, então, já tem pronto o resultado e só falta entregar à SMT. Na
verdade, ele não é sério; ele está sendo feito como se quer e quando se quer. O
Ver. Flávio Coulon me entregou aqui “Obras e Viação”, mais uma mala-direta do
Executivo. Vamos reduzir um pouco as malas-diretas e gastar um pouco desse
dinheiro na execução de um censo honesto e justo para Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Liderança com o PMDB, Ver. Flávio Coulon.
O SR. FLÁVIO COULON: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, eu pretendia usar
esse tempo de Liderança, em primeiro lugar, para repudiar, com todas as forças,
o pronunciamento do General João Figueiredo, feito nesta Capital, e repudiar
mais ainda a festiva recepção que ele teve aqui, em Porto Alegre, por parte de
certos setores que o receberam como herói nacional, e que fazem questão de
posar do lado dele em todas as fotografias. Homens que passam por democratas, e
que seguram o andor para uma pessoa vir a Porto Alegre dizer que, independente
da Constituição, os militares não aceitarão esta, prestando um desserviço - ele
que viveu toda a vida como militar - à organização, à instituição, o Exército
Nacional. Eu espero que o Ministro da Guerra venha, imediatamente, aos jornais
e à televisão, para repudiar este tipo de insinuação feita pelo General
Figueiredo.
Gostaria de falar, também,
neste momento, na renovação do meu apoio moral a alguns membros do PDT, quando
leio no Diário do Sul que “o debate ideológico do PDT estadual preocupa
Brizola” e, na página 3, “Conselhos de Brizola na sucessão do PDT gaúcho”. Mais
uma vez, apesar dos arroubos juvenis, dos ideais de uma juventude, não tanto na
idade, mas nas idéias socialistas do PDT, eles serão sepultados na palavra do
Mestre. Descerá ele aqui e já sabemos quem será o Presidente do PDT: Dr. Sereno
Chaise continuará. E eu ofereço aos Vereadores integrantes do MUP, assim como
ofereci ontem, com muita honra, ao Ver. Hermes Dutra, o abrigo do PMDB. Sempre
temos lugar para gente boa, da estirpe destes nobres colegas.
Mas eu não posso deixar de
falar, ainda mais que estou sabendo que existem técnicos da SMT aqui, no censo.
Vou, então, colocar a posição do PMDB. Não enveredaria por culpar os
empresários, porque este é um comportamento natural do empresário. Já se sabe
de antemão que algumas práticas serão tomadas. O que eu não consigo entender é
a redução do prazo de execução ao arrepio da lei, em primeiro lugar, e - na
minha modesta e pouca falta de conhecimento, tanto de tráfego como de
matemática - sem se conseguir, neste espaço de tempo para reverter a situação
que sempre ocorre no início deste tipo de censo, porque, quando é em 30 dias, é
fácil se reverter o processo que se instala nos primeiros 5 dias, e que
desencadeou essa série de denúncias, a fiscalização consegue agilizar, mas com
10 dias de censo, dos quais 5 dias já estão, na opinião pública, totalmente
desmoralizados, não há mais condições para reverter esse processo. Esse censo
está desmoralizado, se ouviu hoje, aqui, no rádio, as denúncias, e não há mais
condições de reverter. Eu me atrevo a dizer aqui que, a exemplo do que já disse
com relação ao Secretário Newton Baggio, que não tem mais condições de se
manter o Secretário Eloi Guimarães, com a desmoralização deste censo,
desmoralização que já está consolidada, o Ver. Eloi Guimarães, com o fiasco do
censo, não terá mais condições de se manter na Secretaria Municipal dos
Transportes, porque foi bastante avisado; antes da execução do censo, vários
Vereadores ocuparam a tribuna, e eu fui um deles, alertando para o que iria
acontecer, e o que está acontecendo, infelizmente, é um lamentável fiasco. E a
minha grande preocupação, Ver. Pedro Ruas, é no sentido de que esse fiasco não
reverta contra os interesses da população, ou seja, para tapar o sol com a
peneira, se tente agora agüentar e manter os dados deste censo, censo que,
repito, infelizmente, para a população de Porto Alegre, já está, do ponto de
vista de opinião pública, totalmente desmoralizado. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC. 1976 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 004/87, que aprova o Estudo de
Viabilidade do Projeto Praia do Guaíba, institui o Fundo do Saneamento Básico
para Vilas Populares, e dá outras providências.
Obs.: Avulsos distribuídos em 03.09.87.
PROC. 1833 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 025/87, do Ver. Frederico Barbosa, que institui o 1º
Seminário Municipal Sobre Esportes no Município de Porto Alegre.
2ª SESSÃO
PROC. 1980 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 081/87, do Ver. Isaac Ainhorn, que dispõe sobre o
cadastro de estabelecimentos comerciais, estabelece normas para a
comercialização do produto denominado “cola de sapateiro” e dá outras
providências.
PROC. 2008 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 033/87, que aprova as conclusões da Comissão de Inquérito
constituída para apurar as modificações apresentadas pela planta da Cidade,
Anexo I da LC nº 43/79 e dá outras providências.
3ª SESSÃO
PROC. 1967 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 080/87, do Ver. Hermes Dutra, que denomina Praça
Joaquim Paulo de A. Amorim um logradouro público.
PROC. 1900 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 030/87, da Mesa, que altera a redação do artigo 92 da
Resolução nº 785, de 05.10.1983 - Regimento Interno.
PROC. 1888 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 079/87, do Ver. Ennio Terra, que altera a redação do
parágrafo único do artigo 2º da Lei nº 2.521, de 07 de junho de 1963.
PROC. 1824 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 050/87, que cria funções gratificadas na Administração
Centralizada.
PROC. 1835 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 074/87, do Ver. Aranha Filho, que denomina Rua Orlando Aita
um logradouro público.
PROC. 1283 -
PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 063/87, do Ver. Flávio Coulon, que estabelece
critérios para a fixação dos subsídios do Prefeito e do Vice-Prefeito e dá
outras providências.
PROC. 1726 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 068/87, do Ver. Ennio Terra, que denomina Terminal
Turístico Vereador Carlos Pessoa de Brum o atual Terminal Turístico de Porto
Alegre.
PROC. 1932 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 051/87, que autoriza o Município a permutar imóveis de sua
propriedade por imóveis de propriedade de Carlos Nunes da Silva e Sérgio Couto
Costa Filho.
PROC. 1866 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 077/87, do Ver. Flávio Coulon, que denomina Rua
Emílio Baldino um logradouro público.
PROC. 1864 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 003/87, que altera dispositivo da
Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985, e dá outras providências.
PROC. 1820 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 073/87, do Ver. Adão Eliseu, que altera os artigos 3º
e 4º da Lei nº 4.629, de 23 de novembro de 1979.
PROC. 1836 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 075/87, do Ver. Adão Eliseu, que concede o título
honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Soldado da Polícia Militar Cândido
Norberto Montenegro Silveira.
PROC. 1857 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 076/87, do Ver. Artur Zanella, que autoriza o Poder
Executivo a conceder o abono instituído pelo Decreto-Lei Federal nº 2.352, de
07.08.87, a funcionários estatutários.
PROC. 1865 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 028/87, do Ver. Luiz Braz, que concede o título honorífico
de Cidadão Emérito ao Dr. Fernando Torres Cardoso Saraiva.
PROC. 1847 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 027/87, do Ver. Artur Zanella, que concede o título
honorífico de Honra ao Mérito Atlético a todos os atletas gaúchos ou aqui
radicados, que tenham conquistado medalhas nos Jogos Pan-Americanos de
Indianápolis.
PROC. 1834 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 026/87, do Ver. Lauro Hagemann, que concede o título
honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Jader Moreci Teixeira.
PROC. 1904 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 029/87, do Ver. Kenny Braga, que concede o Prêmio Artístico
“Lupicínio Rodrigues” ao compositor Wilson Ney dos Santos.
4ª SESSÃO
PROC. 1736 -
PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 064/87, do Ver. Werner Becker, que insere § 2º ao
artigo 44 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre.
PROC. 1737 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 024/87, do Ver. Werner Becker, que altera dispositivos da
Resolução nº 785, de 05.10.83. (Regimento Interno da Câmara Municipal de Porto
Alegre.)
A SRA. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, quero me referir
a dois aspectos do Processo em discussão em 1ª Sessão, Projeto do Executivo
04/87, Projeto de Lei Complementar, Processo nº 1976, que aprova o estudo de
viabilidade do Projeto Praia do Guaíba e institui o Fundo de Saneamento Básico
para Vilas Populares e dá outras providências.
O jornal “Zero Hora” de hoje
é amplo ao transcrever e comentar o Parecer da Auditoria da Casa. Se houvesse
um mínimo de seriedade por parte do Sr. Prefeito Municipal na proposta do
Projeto Praia do Guaíba, S. Exa. mandaria retirar o Projeto, hoje, da Casa, e
trataria de fazer realmente o Projeto, não como um balão de ensaio, não um
circo, como nós temos a proposta. O Sr. Auditor tocou num ponto fulcral,
independente da questão se vale a pena ou não fazer. É que o Projeto em si não
existe. O Projeto pode ser traduzido no seguinte: o Prefeito pede um cheque em
branco à Casa para fazer o que bem entender em toda aquela região. Na prática é
isso e eu entendo que há uma segunda questão: há um defeito de técnica
legislativa nesse Projeto, como o há no Projeto da Casa da Criança, que é a
vinculação de receita a fundos determinados. No caso do Projeto da Casa da
Criança, se vende os seis lotes da Perimetral, que esta Casa já recusou e o
Prefeito insiste, se vincula esse valor para construir, o que é vedado
explicitamente pela Constituição Federal, pelo menos foi o que me disseram
quando apresentei um Projeto e pretendia pegar o dinheiro dos xerox, sobre o
qual incide o ISSQN, fosse criado um fundo par recuperação e compra de livros
para as bibliotecas públicas municipais. O Prefeito Dib, na ocasião, me negou o
projeto, dizendo que ele era inconstitucional, porque não pode vincular
finanças, não pode vincular rendas com fundos determinados. Pois o Prefeito faz
a mesma coisa em relação ao Mercado Público, o Prefeito agora faz a mesma coisa
que pretende fazer em relação à Praia do Guaíba: recebe o dinheiro e pretende
criar o Fundo de Saneamento Básico.
Agora, eu quis intervir,
Sra. Presidente e Srs. Vereadores, porque eu tenho uma informação extremamente
interessante, que pretendo retomá-la na próxima semana, mas não queria deixar
passar hoje. Recebo de um funcionário público um quadro completo de pagamentos
feitos ao Arquiteto Debiagi. Os Senhores lembram que eu levantei uma questão
aqui, no Plenário, de que o contrato estava feito à base de 300 mil cruzados em
OTNs. E eu na ocasião mencionava o primeiro pagamento, que deveria ter sido de
50 mil cruzados e que virou Cz$ 60.480,00. Pois, agora, recebo aqui o global,
que foram os seguintes os pagamentos ao Arquiteto Debiagi, que, aliás, naquela
tarde aqui, no seu depoimento se esquivou de me responder a pergunta. Em maio,
o Arquiteto Debiagi recebeu Cz$ 60.480,05; em junho, Cz$ 74.657,62; em julho,
recebeu Cz$ 88.111,52; em agosto, ele recebeu Cz$ 90.799,42; em setembro, está
recebendo Cz$ 96.574,31; em outubro, receberá Cz$ 106.287,27. Em seis
prestações. Passou dos 300 mil cruzados, Ver. Flávio Coulon. Chegamos à
bagatela de Cz$ 516.910,19, e o Prefeito Collares tem o desplante de dizer que
não gastaria um “tostão” do dinheiro público com o projeto da orla da praia do
Guaíba. Não gastou um tostão, gastou apenas Cz$ 517.000,00 para não cansar, o
dobro que se preveniu inicialmente, de 300 mil para 517 mil cruzeiros. E se nós
não abrirmos os olhos, o Arquiteto Debiagi vai receber, provavelmente, estes
valores por mês, nos próximos meses seguintes à aprovação, se aprovado estiver
este Projeto de Lei. Não entendo que - na verdade, a Câmara, após este Parecer
da Auditoria, e eu pretendo requerer isto na semana próxima, deve devolver o
Projeto ao Sr. Prefeito Municipal - depois deste Parecer, publicado hoje na
Zero Hora, esta Casa mantém a tramitação deste Projeto; ou a Casa dá o atestado
ou de incompetência ou também de conivência com o Prefeito Municipal - o que me
toca, não. O Ver. Jorge Goularte também não será conivente nesta questão.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Iria Falar sobre este assunto em
Pauta, mas V. Exa. abordou o assunto com muito brilhantismo. Isto aí é um
cheque em branco, é uma brincadeira que está sendo feita com a Câmara, uma vez
que a Câmara não tem nem por que se manifestar sobre um Projeto de viabilidade
que não é, absolutamente, coisa nenhuma, só uma maneira de envolver a Câmara.
Em relação aos valores pagos ao escritório de arquitetura, estou estudando o
contrato, e já existe uma grande viabilidade, em torno de 90%, de que a
ilegalidade deste contrato seja manifesta. De modo que este Projeto vai dar
muito problema.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: V. Exa. levanta a questão da legalidade do contrato,
que concordo e nós também estamos estudando uma outra questão de aspecto
jurídico, que é a predefinição da propriedade das áreas por parte da
Prefeitura. Ao mesmo tempo, hoje, pela manhã, um grupo de trabalho aqui da
Casa, que tem sua assessoria participando, a minha e de outros Vereadores, mais
técnicos municipais, inclusive os que estão sendo cassados pelo Prefeito, que
não vão ficar com medo, não. Não vão ficar com medo porque eles pagam impostos,
eles têm direito de ter opinião profissional, o Prefeito passa, eles vão ficar,
esses técnicos estão estudando as questões junto com a assessoria da OAB e nós
pretendemos, estamos criando praticamente - ficou decidido agora de manhã - um
acampamento no final de semana com distribuição ampla de panfletos denunciando
o Projeto, aproveitando a data de 20 de setembro. Está definido que este grupo
vai se constituir formalmente num grupo de defesa das áreas verdes, dos parques
da Cidade, já que a Prefeitura não faz bulhufas por essas áreas, então, neste
sentido, me parece que esta batalha, já que perdemos a do Plano Diretor, mas
esta batalha é outra batalha fundamental para garantir a autonomia e a
respeitabilidade da Casa, de um lado, e, de outro lado, para garantir o futuro
desta Cidade, que realmente estão loteando aloucadamente em troca, eu gostaria
de saber do quê. Passo o aparte ao Ver. Flávio Coulon e concluo, Sra.
Presidente.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Só para deixar colocado, hoje à tarde o Sr. Prefeito Municipal irá visitar o
Sr. Governador do Estado, ocasião que apresentará o estudo da praia do Guaíba.
Gostaria de deixar consignado nos Anais da Casa que, evidentemente dentro do
respeito que devemos ter com o Executivo Municipal da Capital do Estado, o
Governo do Estado receberá com todas as honras S. Exa. e a equipe técnica, mas
que isso não signifique absolutamente qualquer comprometimento com o Governo do
Estado nesta questão. Pelo contrário, o Governo do Estado defenderá
intransigentemente a legalidade da ocupação dessa área.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Obrigado, Ver. Flávio Coulon.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Não há mais oradores inscritos em Pauta.
O SR. GETÚLIO BRIZOLLA: Sra. Presidente, solicito seja feita verificação de
“quorum”.
(Procede-se a verificação de
“quorum”.)
A SRA. PRESIDENTE: Não há “quorum”. Estão encerrados os trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às
12h38min.)
* * * * *